Era um dia normal como os outros na escola. Amigos, colegas, professores, funcionários, etc.
Eu gostava de um menino do 9º ano, mas ele era o único que não sabia da minha paixão. Eu tinha apenas doze anos de idade naquela época (ainda não sabia diferenciar amor de paixão).
Bateu o sinal do recreio, e todos entraram para a sala, menos eu. De repente, qual não foi minha surpresa ao ver o Jack (menino por quem eu era apaixonada) chegar perto de mim e falar:
— Oi!
— Oi! — respondi generosamente.
— Tudo bem com você?
— Mais ou menos, e com você?
— Comigo vai tudo bem. Por que você não foi ainda para a sala?
— É que...
— Fala, pode falar, guardo segredo.
— É que eu não consigo.
— Para de gracinha. Vamos, você consegue, sim!
— Não consigo, antes quero lhe falar uma coisa.
— Vamos, eu marco um encontro com você depois da aula. Assim, você pode contar com mais tempo. Agora vamos, vai começar a aula.
— Mas eu não posso! — disse, irritada.
Jack se virou e estava indo em direção à sala quando gritei.
— Não consigo porque sou paralítica.
Jack virou para mim de novo, olhou minhas pernas e disse:
— Desculpe, não percebi.
Ele voltou e me ajudou a ir para a sala. Depois da aula, conversamos.
— Oi, Danni! Precisa de ajuda?
— Oi, Jack! Sim, obrigada.
— E aí, onde você mora?
— Moro na rua da sua casa.
— Na minha rua?
— Sim!
— Nossa, nunca a vi por lá.
Preferi ficar quieta.
No outro dia, nos encontramos.
— Quero falar com você no final da aula, pode ser? — surpreendeu-me Jack.
— Claro! Onde?
— No mesmo lugar de sempre.
— Tá.
Depois da aula...
— Oi!
— Oi, o que você quer falar?
— Quero lhe fazer um pedido.
— Pode falar!
— Quer namorar comigo?
— Ah... Claro que sim...
— Te amo!
— Eu também!
Depois de um beijo...
— Vamos sair hoje à noite?
— Sim, que horas?
— 19h30, passo lá, tá?
— Estou esperando, nem acredito.
Autora: Bianca Penha Mathias