Era um dia normal como todos, a escola estava chata como sempre, e minha paixonite secreta, igual, como todos os dias.
Fiquei babando em todas as aulas, mas, por sorte, ele nem me notou. Todos sabiam dessa minha paixão, menos ele.
Sou Jenie. Naquela época, eu tinha 16 anos e gostava de Ronni. Eu era loira de olhos azuis. Não tinha muitos amigos e gosto de cantar até hoje.
Ronni era inteligente, bonito, um dos meninos mais bonitos do colégio, segundo meu gosto.
Na minha escola, havia as pinks. Eram três meninas metidinhas que menosprezavam todas as outras pessoas. Também havia os nerds. Eram três meninos horríveis que achavam que eram os melhores dos melhores, “os mais mais”. Por fim, havia o grupo dos mais gatos: Ronni, Mike, Robson e Dani.
Para minha surpresa, naquele dia que parecia que nada ia acontecer, Ronni falou pela primeira vez comigo:
— Oi!
— Oi — respondi carinhosamente e vibrando por dentro.
O sinal tocou, entramos todos para a sala.
— Bom dia, alunos! Quero avisar que a escola tem a honra de fazer o primeiro show de talentos da história — disse o professor.
Vibrei por dentro, achei a chance de mostrar meu talento para a escola toda.
— Dia 7 de junho, às oito da noite.
Só havia um problema a resolver. Qual música cantar? As músicas que eu escrevia eram só dueto e ainda por cima com o Ronni. Eu não tinha a mínima chance de cantar e de ficar com ele. Mas eu estava realmente apaixonada. Quando eu olhava para ele saía corações dos meus olhos. Muitos outros meninos olhavam para mim, mas eu não ia desistir do meu sonho tão rápido.
Falei para o professor que eu ia desistir, e, sem querer, o Ronni escutou. Quando saí da sala, ele gritou:
— Ei! Espera!
Parei no meu armário.
— Por que você não vai mais participar?
— Ah, sei lá, não vai dar.
— Se for por não ter parceiro, formo a dupla com você.
— Sério?
— É sim, gosto de cantar. Faço músicas, mas é só dueto, e não tenho com quem cantar.
— Nossa, obrigada!
Naquela hora, meu desejo se realizou. Nunca pensei que cantaria e comporia uma música com o menino dos meus sonhos.
— Que tal irmos ao parque para compor nossa música? — sugeriu Ronni.
— Legal!
Fomos ao parque, compusemos a música e ficamos batendo papo.
— Olha, Ronni, eu quero lhe falar uma coisa que ninguém sabe.
— Pode falar, eu guardo segredo.
— Eu gosto muito de você, desde o ano retrasado, quando você entrou.
— Nossa, agora posso lhe dar uma coisa? Ao receber, você vai saber o que sinto por você.
— Vai em frente.
Então nos beijamos. Aquele dia foi o melhor da minha vida. Depois de um tempo paramos, e eu disse:
— Você quer ensaiar de novo?
— OK!
Ensaiamos e fomos para casa.
Assim que cheguei, contei tudo para meu diário, é claro, mas só ele que ia saber detalhe por detalhe.
Alguns dias se passaram, e, em todos eles, ensaiamos e nos beijamos, até que chegou o grande dia da apresentação.
A primeira dupla cantou Djavú. Em seguida, um grupo cantou Restart. Mike, Robson e Dani eram a banda antes da nossa. Eles cantaram uma música legal. Não lembro como se chamava, mas foi divertida. Por fim, nossa vez chegou e cantamos uma composição de Ronni.
Como o festival estava sendo transmitido pela TV, na hora de conhecermos os ganhadores, o apresentador disse:
— Fiquem na frente da TV porque já estamos de volta.
Ficamos mais nervosos ainda. Quando voltou do comercial, o apresentador falou:
— E a dupla vencedora é... (uma música de suspense quase nos ensurdeceu)... Ronni e Jenie!!!
Foram muitos gritos e comemorações. E assim Ronni e eu começamos nosso namoro e nossa carreira artística.
Autora: Nathalia da Fonseca Campos
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