Bem-vindo, este blog é um espaço para os alunos do Colégio Alpha de Quatá publicarem suas redações, sob a supervisão dos professores de Língua Portuguesa.

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Ilha


Nico e Rafa eram grandes amigos. Rafa tinha quatorze anos; e Nico, quinze. Eles foram fazer uma viagem de barco, e o tio de Rafa, Sr. Manuel, achou melhor ir junto. Mas eles se achavam grandinhos o suficiente para irem sozinhos. Sr. Manuel discordou:
— Quem vai dirigir?
— É mesmo, Rafa, não pensamos nisso — respondeu Nico.
Então, lá foram os três navegando pelos mares. À noite, o mar estava forte, e o suprimento deles caiu no mar. De manhã, acordaram e resolveram parar em uma ilha próxima dali para pegar frutas.
— Nico, amarre o barco em alguma árvore. Rafa, pegue a corda lá embaixo — disse Sr. Manuel.
Rafa cumpriu seu dever, mas Nico se esqueceu de amarrar o barco, que se foi para o mar. Bravo, Rafa deu uma bronca em Nico:
— Vá pelo menos achar frutas enquanto eu e o tio Manuel vamos fazer algo para pedir socorro.
Nico viu uma bananeira e nela subiu. Lá em cima, ele encontrou um macaco que apelidou de Peter. Depois de pegar as frutas, levou as bananas e o Peter ao lugar onde Rafa e seu tio estavam.
Juntos, fizeram uma fogueira para ver se alguém teria curiosidade de ver de onde vinha a fumaça. E deu certo. Um helicóptero apareceu e levou-os para casa, inclusive o macaco de Nico. Quando chegaram em casa, perceberam que aquela tinha sido a melhor aventura de suas vidas.

Autora: Mariana Gregório Arcari

domingo, 19 de junho de 2011

Bem universal?



Assunto que frequentemente está na pauta das principais discussões envolvendo o Brasil num âmbito mundial, o projeto da internacionalização da floresta amazônica, inaceitavelmente, ainda divide opiniões.
Só a ideia de tornar a Amazônia propriedade mundial já é um pensamento infeliz, embora, lamentavelmente, ainda exista quem seja a favor. Um argumento que a comunidade internacional, leia-se um pequeno grupo de países mais desenvolvidos, vem usando para embasar essa possibilidade é a dívida externa de alguns países atrasados, a qual, segundo esses países superiores, deveria ser paga com riquezas naturais.
No caso do Brasil e dos outros países que a tem em seu território, o pagamento seria por meio da cessão da floresta amazônica. Contudo, esse argumento é totalmente desconstruído se imaginarmos que, caso esse tipo de “pagamento” passasse a ser realizado, o mundo se tornaria um grande império aristocrático de alguns países, que são credores de quase todo o resto do mundo.
Outro argumento, e este o mais forte, é de que os países que detêm a Amazônia em seu território não têm a competência administrativa necessária para garantir sua preservação. Ora, se, nas mãos de quatro ou cinco países, a devastação causada pela disputa das imensuráveis riquezas que lá existem já é grande, com acesso livre de todos os países do mundo à região, transformaríamos o que hoje é o maior e mais importante bioma mundial num imenso barril de pólvora, fonte de infinitas tensões e disputas em nível global, e como consequência disto, a sua destruição mais prematura ainda.
Guerras são declaradas por motivos tão banais, quem dirá pelo controle de uma riqueza tão grande como a floresta amazônica. O mais sensato é deixar tudo do jeito que está e evitar prováveis desdobramentos trágicos. A soberania de um país deve ser respeitada, isso sim é um bem universal.

Autor: Gabriel Henrique Averoldi Magalhães

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A perseguição


A polícia estava atrás de um assassino que já havia causado mais de 24 mortes. Esperto, ele atirou no pneu de uma viatura que tinha dois policiais. O motorista perdeu o controle, e os outros carros que vinham atrás bateram nele. O acidente causou a morte do motorista, mas seu companheiro continuou atirando:
— Preciso usar o rádio!
— Vai, pise fundo. Ele parou de atirar.
— Alô! É da central?
— Sim!
— Quero reforços, cerquem a ilha. É uma perseguição.
— Sim, senhor.
— Mande todos os carros disponíveis.
— E agora, o que vamos fazer?
— Parados, a cidade está cercada.
— Socorro, pelo amor de Deus.
— Mande-a calar a boca.
— Cuidado, eles têm um refém.
— O que fazemos, sargento? Não podemos atirar.
— Eu sei o que farão.
— O quê?
— Vocês vão nos deixar passar. Se nos seguirem, ela morre.
— Deixem-no passar.
— Eu estou de olho. Qualquer coisinha, ela morre!
Quando ele se virou de costas... Pei!
— Ele atirou. Vai, vai, vai.
— Você, atire no pneu. O outro, na cabeça. Chamem a cavalaria, todos os policiais.
— Senhor, onde eu atiro?
— Atire no pneu logo, seu idiota!
Pei! Pei!
— Ah!
— Desça do carro, mulher.
— Por favor, não me mate.
— Cale a boca.
— Largue-a.
— Se eu morrer, ela também morre!
Poft!
— Agora, eu te pego!
— Corra, corra!
Pei, pei, pei!
Tchibum.
— Ela caiu, atire!
Pei, pei, pei!
— Você, ligue para a ambulância, rápido.
— Alô, quero uma ambulância na BR 24, imediatamente.
— Já estamos aí!
— Sargento?
— Fale, moça!
— Avise meu filho que estou no hospital.
— Tem o número?
— É 4355-0879.
— Alô!
— Alô, aqui é o sargento, sua mãe está no hospital.
— É grave?
— Não, foi só um tiro na perna. Teve pouco sangramento.
— Graças a Deus.

Autor: André Silva de Oliveira

terça-feira, 7 de junho de 2011

Falsa promessa de segurança


Estão desinformados aqueles que acham que os bandidos são ingênuos e despreparados. É um engano pensar que ter uma arma em casa significa segurança contra possíveis ladrões.
Há seis anos, foi feita uma votação para o desarmamento no nosso país. Aqueles que votaram contra ganharam, alegando ser a arma um motivo de tranquilidade. A verdade é que o fato de a arma ser legalizada e estar nas mãos de pessoas do bem não evita que tragédias aconteçam, dentro da própria casa, por exemplo.
O grande número de acidentes envolvendo crianças e uma arma legal prova que esta não traz paz. Há, ainda, situações em que pessoas com transtornos mentais ou apenas por maldade se apossam de armas que encontram e fazem grandes chacinas, em escolas, por exemplo.
Ter uma arma em casa, mesmo que legalmente, não garante que você terá a frieza suficiente para utilizá-la contra alguém quando necessário. E, muito menos, traz a certeza de que você conseguirá viver tranquilamente depois, caso venha a utilizá-la.
O perigo que as armas em casa representam para nossas famílias, principalmente para as crianças, mostra o quanto devemos pensar antes de votar sobre a legalização de sua venda. Porque o único modo de termos uma sociedade digna e segura é através dos instrumentos da paz, não da guerra.

Autora: Karina Rita Martins Pino

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Julgamento Egípcio


Dois egípcios, Davi e Araão, morreram e foram para o julgamento de Osíris, quem decidiria se eles iriam para o céu ou se ficariam com Anúbis. Para ir para o céu, o coração tinha que ser mais leve que uma pluma.
Antes do julgamento, os dois tiveram de esperar numa sala escura e apavorante. Quando Osíris chegou, chamou Davi e pediu-lhe que fosse à balança especial de pesar coração.
O coração de Davi era leve, o que significa que ele fez bastantes coisas boas. Assim, ele ganhou a passagem para o céu.
Então, Araão foi chamado, e tudo se repetiu, até o ritual da balança. Porque o coração dele era muito pesado, viram que ele tinha feito nada de bom.
Por fim, Osíris levou Davi para o céu e mandou chamar Anúbis para vir buscar Araão.

Autor: Vinicius Candido Lima

domingo, 5 de junho de 2011

Para que tudo isso?


Estávamos na fronteira da Alemanha com a França, sobrevivíamos em péssimas condições. Era uma trincheira com muitos mortos, alguns eram nossos amigos, o odor era horrível, tínhamos fome e frio. Para piorar não podíamos nos levantar, senão éramos mortos por soldados alemães. Por isso, tínhamos dores musculares. Por causa das bombas de gases, usávamos máscaras que nos incomodavam muito e, mesmo assim, éramos infectados.
     Aos poucos seguíamos em frente cavando e atirando todos os dias. Algumas vezes chegaram reforços que traziam munição e mantimentos. Éramos médicos brasileiros, soldados e médicos estadunidenses e soldados e médicos de uma parte da Europa. Eu vinha da França mesmo e deixava em minha cidade uma mulher e dois filhos para criar. Olhando a foto de nós quatro juntos, lutava para sobreviver, na esperança de ter uma vida normal e de novo reencontrar a minha família.
     Já havia três anos que estava ali naquele campo de batalha, fazendo de tudo para sobreviver, perdendo muitos colegas e amigos, que eram como irmãos para mim, ficando cada vez mais sem esperança. Mas eu olhava aquela foto e conseguia arranjar forças que jamais imaginaria ter.
     Pensávamos que estava tudo muito ruim, impossível de piorar, até que um dia a tropa alemã avançou pela noite, atacando-nos. Perdi quase todos os meus amigos. Os únicos sobreviventes foram aqueles que priorizaram sua vida e família em vez de seu país.
     Foi um massacre terrível, vi muitos de meus amigos caírem baleados, dando seus últimos tiros e gritos. Gritavam o nome de suas mulheres e filhos. Eu tomei um tiro na perna e caí. Fingi que estava morto e segurei-me para não gemer de dor, para que eles não percebessem. Assim foi por algumas horas até que eles recuaram.
     Depois deste trágico confronto, eu e os poucos sobreviventes juramos a nós mesmos nunca mais participar de uma guerra. Não sei o fim que teve os que permaneceram lá, mas eu não me arrependo de nada.
     Você pode me achar um covarde, mas coloquei minha família em primeiro lugar e fiz o que achei mais correto. Tenho certeza de que, se você estivesse em meu lugar, faria o mesmo. Por isso, não desejo a guerra para ninguém.

Autor: Iago Raphael Valejo